Será que animais domésticos podem transmitir doenças de pele para crianças e adultos? Em algum momento, os pais costumam ter dúvidas se o pet pode passar alguma doença de pele para o filho.
A verdade é que sim, podem. Por isso, é preciso tomar alguns cuidados. Vamos falar sobre isso hoje? Leiam porque é importante!
São as dermatozoonoses (Dermato = pele; Zoonoses = doenças por animais).
As principais são:
Vamos lembrar também que algumas doenças podem se manifestar com sintomas na pele, mas atingem outros órgãos. Dois exemplos delas são a raiva humana e a toxoplasmose.
As doenças transmitidas por cachorros são a larva migrans, as micoses e a sarna.
Já aquelas transmitidas por gatos são as dermatofitoses, a doença da arranhadura do gato, a toxoplasmose e a esporotricose.
A coceira é o principal sintoma, pois está presente em quase todas elas. Mas vamos falar dos sintomas de cada uma em específico.
Apresentam-se com vermelhidão e descamação na pele, coceira. Quando atinge crianças, é bastante comum a queda de cabelo (chamada de tinea capitis). No corpo, é a famosa impingem.
Também conhecida como escabiose, causa pequenos pontos vermelhos na pele, principalmente nas mãos, barriga e áreas genitais.
Esses pontos vermelhos coçam muito, principalmente à noite. A transmissão é mais comum entre pessoas, porém os animais domésticos podem transmitir uma forma um pouco diferente.
É muito comum algumas raças de cachorro possuírem maiores tendências à sarna.
A ingestão de alimentos ou de água contaminados por fezes de gatos podem transmitir essa doença.
Aliás, o cuidado deve ser maior com as grávidas: durante a gravidez o médico pede exames para saber se ela já teve, alguma vez na vida, toxoplasmose. Afinal, não é uma doença rara.
No entanto, caso os exames forem negativos, os cuidados devem ser redobrados na gravidez, pois pode ocasionar defeitos no feito.
Na pele, geralmente causa vermelhidão. Nem sempre o diagnóstico é fácil, podendo até passar despercebida.
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É uma doença causada por bactéria. Essa infecção acontece por arranhaduras ou mordidas. As lesões na pele se assemelham a pequenas pústulas (bolhas com pus), podendo ter febre, ínguas e até infecções generalizadas.
A esporotricose humana é uma doença causada pelo fungo sporothrix spp, que está presente no solo, palha, vegetais, espinhos e madeira.
Além de atingir seres humanos, pode acometer também, animais silvestres e domésticos, principalmente os gatos, que adquirem às vezes uma forma grave e disseminada da doença.
Quando a criança tem contato com o gato contaminado, por meio de arranhões ou trato respiratório, ou com a pele contaminada, ela pode adquirir a esporotricose zoonótica, transmitida por felinos.
Nos felinos, os sinais são prostração e debilidade física, assim como o surgimento de nódulos firmes, úlceras e ocorrência de secreções no nariz, orelhas e face.
Já nos humanos, geralmente a infecção se limita à pele, mas existem os casos mais disseminados. Na forma cutânea, é comum que primeiro apareça um pequeno nódulo doloroso (similar a uma picada de inseto) no dedo, mão ou braço em que o fungo penetrou.
Esse nódulo tem coloração vermelha, rosa ou roxa que pode ou não conter pus, e não cicatrizam, nem respondem a antibióticos.
Infelizmente, se o gatinho falecer de esporotricose ele não pode ser enterrado, deve ser cremado.
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Procurar o médico dermatologista ou pediatra para fazer o diagnóstico e orientar os tratamentos corretos. Algumas vezes o médico infectologista pode ser necessário.
Evitar automedicação!
Sim. Felizmente as doenças podem ser tratadas. Quanto mais precoce o tratamento, melhores os resultados.
Algumas podem melhorar apenas com uso de cremes e pomadas. Já outras têm que ter tratamento com medicamentos orais ou injetáveis.
Na tinea capitis por exemplo, o tratamento é obrigatoriamente tomando medicações, mesmo sendo uma doença que só acomete a pele.
Lembrar que nossos animais devem ser levados ao veterinário para consulta e os tratamentos adequados para eles.
O veterinário deve ser consultado regularmente, pois algumas doenças podem não provocar alteração imediata alguma nos animais, mas podem ser transmitidas para o ser humano.
Outros cuidados também importantes são:
E aí, ficou mais alguma dúvida? Diz aí!
Carlos Bruno – Médico Dermatologista e Professor de Medicina
CRM: 6194 – RQE: 2104
Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e The Society of Pediatric Dermatology (EUA)